Grande parte dos ideais políticos
modernos como justiça, a liberdade, o governo constitucional, surgiram na
Grécia antiga. Foram os gregos os pioneiros a criar os ideais de democrática, que conservadas pelos filósofos
da idade média, frutificaram na modernidade. Apenas integrantes de um demos
(município), dirigido por um demarca participavam da política. A expressão
democracia significava governo de demos. Outro ponto a ser considerado que o
grande número de escravos existentes em Atenas permitia que o tempo do cidadão
fosse dedicado à política.
Aristóteles, costumava afirmar que todo e
qualquer trabalho manual devia ser executado por escravos, de forma que os
cidadãos pudessem dispor de seu tempo para as
atividades políticas. Os escravos gregos realizavam serviços manuais e eram
tratados de forma benigna, podendo alcançar sua libertação em face de bons
serviços prestados aos seus proprietários. Convém esclarecer que a noção de Estado tida hoje não
existia na Grécia Antiga. Sequer existia a noção da diferença entre Estado e
Sociedade, até porque a sociedade era o próprio Estado. Ainda, a democracia ateniense era a democracia direta.
Os
cidadãos reuniam-se em Assembléia, na Ágora (praça
pública), para deliberar sobre os assuntos mais diversos. Na Ágora, todos podiam
expressar seus pensamentos (liberdade de expressão). O direito à voz era de todos os
cidadãos. Os cidadãos, aqueles que podiam participar da vida política da Polis restrigiam-se
a um pequeno grupo de pessoas, mais precisamente, aos homens livres. Mulheres,
escravos, prisioneiros e estrangeiros não podiam participar da vida política.
Por um outro lado, a existência da escravidão em
Atenas era o que permitia ao homem livre ocupar-se somente da vida política. Isso implica
dizer que a democracia grega existia graças à escravidão. O homem grego com uma forte consciência política, via no Estado
sua razão de
existir, por isso sentia necessidade de integrar-se na vida política.
Comentando...
Sem dúvida, os Gregos deixaram grandes legados para a convivência política e social, que até hoje são seguidos em diversas culturas. A democracia direta é um exemplo de como a junção das ideias e práticas coletivas são fundamentais para que haja uma harmonia dentro de um estado. Apesar de tudo, ainda há contradições. Mesmo visando o coletivo ainda havia a supremacia dos demarcas (homens-livres) perante ás condições de servidão dos escravos. Essa divisão social, mesmo benigna em relação aos cativos, em que estes também poderiam ser alforriados por boas condutas, não possibilitava a este a capacidade de deliberar e expor seus pensamentos nas Assembleias. Não só os escravos não exerciam a cidadania com o direito da liberdade de expressão, como também as mulheres, prisioneiros e estrangeiros, fato garantido como bem comum para a atualidade em que vivemos, graças á grandes lutas por igualdade e justiça social!
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